terça-feira, 28 de agosto de 2012


Oiço as dozes badaladas da meia-noite a soarem pela casa vazia de um relógio que nem sequer existe, onde  só existe eu, uma cama, um demónio e uns conjuntos de lâminas espalhadas pelo chão, o demónio não tem cara e veste-se todo de preto, só consigo ver os seus lindos olhos verdes, ele parece amável ao olhar amarra-me gentilmente os braços a cama e diz para eu descontrair, levanta-me as mãos e tira-me todas as pulseiras que eu tenho a taparem-me as minhas cicatrizes as minhas histórias, neste momento sinto-me nua em frente a uma multidão, o demónio passa as suas mãos suaves pelos relevos das minhas cicatrizes, aproxima-se do meu rosto e beija os meus lábios sensíveis, pega numa lamina, e faz um corte perfumado no braço direito e diz ‘Eu amo-te’ levanta a minha t-shirt e faz um grande corte na minha barriga e diz ‘Eu irei sempre te proteger’ Faz um na minha perna e diz ‘és a minha vida’, ele senta-se em cima de mim e seca as minhas lágrimas e cala os meus gritos de dor com mais um beijo, o que me faz esquecer a dor e deixa-me louca de paixão, mas do nada e sem perceber a razão arranha-me com as suas garras desde os ombros até aos pulsos deixando-me a chorar, mas ele com uma voz suave diz, ‘Sabes que és o amor da minha vida, eu era incapaz de te magoar’ ele solta-me e começa a envolver-se comigo ele é o meu grande amor mas quando estamos numa grande troca de gesto e beijos ele apunhala-me pelas costas quando eu menos espero acabando com o meu amor e o meu sofrimento.
Pareçe que o amor se veste de demónio.